No "Dia Nacional da Visibilidade Lésbica", o debate
mensal do projeto 'Diálogo dos Saberes' teve como palestrantes a professora
Suely Messeder e a integrante do Coletivo de Lésbicas e Mulheres Bissexuais
(Lesbibahia), Bárbara Alves. Juntas, elas debateram o tema “Conhecimentos
enlaçados e novas solidariedades” e enfocaram a necessidade da sociedade
começar a ver que existem vários tipos de mulheres, abandonando os estereótipos
do passado que ainda são muito presentes. O encontro é coordenado pelo Grupo de
Atuação Especial em Defesa da Mulher (Gedem) do Ministério Público estadual e
aconteceu em conjunto com a 'Quinta Temática', da Superintendência de Política
para as Mulheres por meio do Centro de Referência Loreta Valadares.
A abertura dos trabalhos foi feita pela promotora de Justiça
Márcia Teixeira, coordenadora do Gedem e idealizadora do projeto que está em
seu terceiro ano. A promotora ressaltou a importância desse debate que envolve
as mulheres de movimentos sociais que necessitam das políticas públicas e as
produções acadêmicas que, segundo ela, muitas vezes não chegam até os
operadores do Direito e, portanto, não possibilitam o traçado de políticas
institucionais no sentido de promover acesso aos direitos. Márcia Teixeira
também anunciou algumas mudanças positivas para o Gedem, que está incluído no
processo de reestruturação que será implementado no MP. De acordo com
ela, o Gedem vai agregar em suas atribuições a proteção dos direitos da mulher
e da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) na
comarca da capital, podendo atuar em conjunto com os outros órgãos de execução
com atribuições nesta área nas comarcas do interior do estado. O tema LGBT já
vem pautando a atuação do MP e as intervenções nas políticas institucionais
podem ser ampliadas em função das demandas, tendo em vista que muitas são as
mulheres em várias áreas de atuação que têm dificuldades por causa de sua opção
sexual,registrou a promotora.
Segundo Suely, toda produção do conhecimento deve contemplar não
só a justiça social, mas a racial, de gênero, religiosa, erótica e científica.
Apesar de registrarmos avanços, disse ela, verificamos que é uma constante ver
que as pessoas vivem com base no conhecimento do século XIX, considerando
mulheres e negros como seres inferiores. Bárbara ressalta que, na maioria das
vezes, os movimentos constatados na sociedade não estão cuidando das pessoas,
mas da causa, da pauta. Para ela, a atuação tem que ser diária e não apenas em
eventos e datas comemorativas, devendo haver um cuidado para não transformar
essas datas que são marcos importantes em ação de espetáculo. Bárbara destacou
que “primeiro temos que ser solidários a nós mesmos, ampliando o cuidado com o
outro, mas também conosco.”
Fonte: http://www.mpba.mp.br/imprimir.asp?cont=5666
Nenhum comentário:
Postar um comentário