terça-feira, 31 de março de 2015

Nossa Herstória

Estamos aos poucos migrando as informações do antigo blog para o novo blog do Coletivo Lesbibahia, mas não gostaríamos de deixar o nosso passado esquecido. Então, mesmo não estando atualizada, postaremos a nossa herstória, quando o Lesbi ainda era uma articulação até se tornar um coletivo em 2011.

Então, Lesbibahia direto do túnel do tempo...


O grupo nasce em agosto de 2008 inicialmente como articulação e após passar por um planejamento estratégico no ano de 2011, torna-se um coletivo que busca agregar lésbicas e mulheres bissexuais. Nesse sentido, nosso modelo de gestão e organicidade se dá através de uma coordenação colegiada, tendo uma responsável por essa coordenação.
 Somos um grupo suprapartidário e sem fins lucrativos que busca discutir as demandas de lésbicas e mulheres bissexuais. Lutamos pela cidadania de mulheres que amam mulheres, buscando a conquista do total empoderamento tanto para atuação no movimento LGBT como na vida social.
Abaixo, uma retrospectiva das ações do grupo de 2008 a 2011.





2011
·         Realização das rodas de leituras. A atividade ocorre mensalmente e tem o objetivo de formação político pessoal e a promoção de uma leitura crítica
·         Criação e manutenção do blog do Coletivo Lesbibahia que além de informar sobre nossas ações, conta também com textos de militantes de outros grupos
·         Atuação na Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher
·         Participação na Conferência Estadual de Políticas para Mulheres compondo a Comissão Organizadora Estadual
·         Participação na Conferência Estadual de Políticas para LGBT compondo a Comissão Organizadora Estadual
·         Atuação no Comitê LGBT
·         Promoção e exposição de filmes temáticos em parcerias com outras entidades
·         Participação em eventos acadêmicos buscando dialogar militância e produção de conhecimento
·         Participação e intervenção na Parada Gay 2011 de Salvador. No evento, o grupo distribuiu o Kit “Siririca Segura” que tem a finalidade de estimular a prevenção na relação sexual entre lésbicas e mulheres bissexuais. Além disso, fizemos uma intervenção no trio da Secretaria de Política para Mulheres
·         Promoção e participação em atividades durante o mês de Visibilidade Lésbica
·         Participação de sessão na Câmara dos/as Vereadores/as durante o Orgulho Gay
·         Atuação no observatório da violência racial de gênero e LGBT durante o carnaval soteropolitano


2010

·         Articulou e participou da fundação da “Rede de Lésbicas Pesquisadoras”, com atuação na América Latina e Caribe, durante o Congresso Internacional da ILGA-LAC (International Lesbian and Gay Association – Latin America and Caribe)
·         Participou do lançamento do Núcleo Baiano da Rede de Pesquisadoras Lésbicas
·         Articulou e participou das atividades do Observatório Municipal do Racismo, violência Contra a Mulher e Homofobia no Carnaval Baiano
·         Participou do Seminário “Lei Maria da Penha – Olhares possíveis”, realizado pelo Ministério Público do Estado da Bahia
·         Participa ativamente no Território de Identidade de Salvador e Região Metropolitana
·         Participou das comemorações do “Março Mulher”, realizado pela SEPROMI;
·         ·         Vem articulando a participação de lésbicas de diversas entidades para o VII Senale (Seminário Nacional de Lésbicas)
·         Articulou e participou do lançamento das Comissões da Diversidade Sexual e Combate à Homofobia junto à Camara Municipal de Salvador
·         Articulou a emenda parlamentar proposta pela Vereadora Vânia Galvão, que reconhece a parceria homoafetiva nos planos de saúde dos servidores municipais
·         Participa da articulação baiana para a I Marcha Nacional Contra a Homofobia em Brasília
·         Vem dando prosseguimento à Campanha “Siririca Segura”
·         Participa das discussões sobre Feminização da AIDS na Coordenação de DST/Aids, Hepatite e Doenças Virais no Município de Salvador
·         
·         Vem pressionando a Câmara Municipal para a votação do Dia Municipal da Visibilidade Lésbica, que tramita desde maio de 2008


2009

·         Fortaleceu e ampliou o Núcleo Lésbico Estadual do Forum Baiano LGBT;
·                 Vem pressionando pela votação do projeto de Lei Municipal do Dia da Visibilidade Lésbica (29/08), que tramita na Câmara de Salvador desde maio de 2008
·         Vem pautando demandas nas áreas de educação, saúde e violência lésbica junto às frentes parlamentares LGBT e de direitos humanos no município e estado
·         Participou do relançamento em Salvador do livro “Invenções de si em histórias de amor” da historiadora e ativista Nádia Nogueira, durante as comemorações que o Estado Baiano organizou através da SEPROMI nas comemorações do Março Mulher 2009
·         Participou das comemorações do dia 17 de maio – dia internacional de luta contra a homofobia – em Salvador
·         Participou das comemorações do dia internacional do Orgulho LGBT em Salvador
·         Articulou, em parceria com o IAT (Instituto Anísio Teixeira) o II Simpósio Direitos Humanos: Homofobia, Trabalho Docente e Cotidiano Escolar
·         Colaborou de forma ativa com o IAT (Instituto Anísio Teixeira) na continuação da formação em Direitos Humanos e Diversidade Afetivo Sexual e Gênero e Sexualidade, com uma carga horária de 80 horas presencial em cada formação
·         Articulou e realizou a Semana da Visibilidade Lésbica, em conjunto com outras entidades
·         Lançou e veiculou a campanha “Siririca Segura”, distribuindo kits com lixas e cortadores de unha, preservativos, luvas de látex, gel lubrificante, e panfletos sobre sexo seguro entre mulheres nas paradas do Orgulho em Salvador e no Rio de Janeiro
·         Participou da Universidade Fora do Armário, realizada na UFBA pelo Coletivo Kiu!
·         Fortaleceu e participou dos 16 dias de ativismo contra a violência contra as mulheres
·         Participou das ações do dia internacional de combate à AIDS.
         
       
2008

·         Articulou, provocou e pautou o segmento lésbico nas listas de discussão na internet em rede locais, estaduais e nacionais
·         Articulou em parceria com o IAT (Instituto Anísio Teixeira) o Simpósio Direitos Humanos: Homofobia, Trabalho Docente e Cotidiano Escolar
·         Colaborou de forma ativa com o IAT (Instituto Anísio Teixeira) na formação em Direitos Humanos e Diversidade Afetivo Sexual e Gênero e Sexualidade, com uma carga horária de 80 horas presencial em cada formação
·         Participou junto com outras organizações que militam no segmento LGBT de reunião com a Secretária de Políticas para as Mulheres do município da Salvador e com a Coordenação do Centro de Referência Loreta Valadares, para construir uma intervenção ativa junto ás lésbicas da periferia deste município
·         Teve representatividade e atuação nas Conferências territoriais, estadual e nacional de direitos humanos
·         Fortaleceu a discussão da juventude na questão da sexualidade feminina dentro do Forum Baiano LGBT
·         Indicou junto com o núcleo racial o relançamento em Salvador do livro “Invenções de si em histórias de amor” da historiadora e ativista Nádia Nogueira, durante as comemorações que o Estado Baiano organizou através da SEPROMI para comemorar e refletir o 8 de Março/2009
·         Participou da Universidade Fora do Armário, realizada na UFBA pelo Coletivo Kiu!
·         Articulou e participou da Sessão Especial do dia da Visibilidade Lésbica, na Câmara de Vereadores/as de Salvador
·         Fortaleceu e participou dos 16 dias de ativismo contra a violência contra as mulheres
·         Participou da Caminhada Axé com faixas sobre lesbiandade
·         Participou do V Encontro Internacional sobre direitos humanos, Segurança Pública e Tráfico de Seres humanos: Assistência Integral às Vítimas. 


Aconteceu... a XV Roda de Leitura do Lesbibahia

A roda marcou o início das atividades do Coletivo Lesbibahia para o maio da diversidade. Desfrutamos de um rico debate, pensando sobre as dificuldades que lésbicas cis e não cis enfrentam durante o exame ginecológico  em clínicas públicas e particulares. Refletimos sobre a violência que vivenciamos nesses espaços, devido a ausência de formação e de sensibilidade por partes dxs médicxs e demais atendentes. A roda teve como encaminhamento a formação por distritos de saúde na cidade de Salvador. Veja as fotos! Em breve, informações sobre a roda de leitura do mês de abril








Seminário da Diversidade Feminina - Serrinha - BA








terça-feira, 10 de março de 2015

Lésbicas Negras e a discriminação na Ginecologia - texto XV Roda de Leitura

por  •  em 15 jan, 2015 •  


O Ministério da Saúde lançou, em novembro de 2014, uma campanha nacional de combate ao racismo no Sistema Único de Saúde (SUS)[1]. Dentre os diversos cartazes trazendo dados sobre a questão racial na saúde, podemos observar escuramente que as mulheres negras são as que estão vivenciando, em sua maioria, grande parte das diversas limitações e violências, muitas vezes, com consequências graves.
Dentre as manifestações do racismo no setor da saúde pública podemos observar que são as mulheres negras que recebem o menor tempo no atendimento médico, representam a maioria na mortalidade materna, 27% das mulheres negras são acompanhadas durante o parto enquanto as brancas somam 46,2%, as que menos recebem informações adequadas relacionadas à integridade de sua saúde, como por exemplo, 62,5% das mulheres negras recebem orientações sobre a importância do aleitamento materno enquanto as mulheres brancas somam 77,7% [2], dentre tantos outros dados.
São as mulheres negras as que mais “penam” no SUS e este agravo vem da questão não apenas racial, mas também de gênero. Mulheres negras, ainda que mulheres negras, existem em uma vasta diversidade, os recortes específicos a serem feitos sobre estes corpos nos trazem uma série de outras questões a se problematizar, como é o caso da mulher negra e lésbica que, além do racismo e sexismo, está exposta à lesbofobia também muito presente no âmbito da saúde pública. E, quando assunto é ginecologia e lesbianidade negra, apontamentos importantes devem ser considerados.

Em toda minha trajetória lesbofeminista negra tenho ocupado diversos espaços lésbicos e feministas a fim de discutir estas especificidades e buscar soluções. Nos espaços lésbicos, quando entramos no âmbito da saúde, especificamente na ginecologia, os diversos relatos das companheiras já vieram diversas vezes regados de lágrimas e sentimentos de constrangimento, principalmente entre aquelas que são pobres e negras. Ouvir as companheiras falarem abertamente sobre isso tem sido algo recorrente nestes espaços, mas eu ainda percebo que o número de relatos relacionados às violências neste setor é muito maior do que imaginamos, pois acredito que nem todas as lésbicas tem coragem para exteriorizar estas tristes experiências que vivenciaram no consultório ginecológico.
A primeira violência lesbofóbica sofrida no consultório ginecológico é a invisibilidade. Mulheres lésbicas adentram o consultório e recebem todo atendimento e procedimentos como se fossem heterossexuais. Poucxs profissionais, dentre tantos questionamentos feitos durante a consulta, levantam o histórico quanto a sexualidade destas mulheres. Na maioria das vezes fica a depender da consciência da própria paciente afirmar sua lesbianidade, e isso é algo que nem sempre acontece, já que a pesquisa afirma que 59,5% das lésbicas afirmaram sua sexualidade durante um atendimento médico, dentre elas 88,6% das afirmações partiram da livre iniciativa das mesmas e 5,1% (!) a partir da abordagem dx profissional [3].
Com estes números fica muito óbvio o tratamento heteronormativo a que as lésbicas estão expostas dentro deste setor. Com relação as que não se afirmam lésbicas durante as consultas, a resistência de muitas delas vêem por elas não se sentirem à vontade para falar sobre isso com x médicx. Este desconforto vem de diversos fatores como, por exemplo, o receio da reação dx médicx, e este é um ponto que não corresponde a algo infundado pois, dentre as 59, 5% das mulheres que abordam sua sexualidade no consultório, 18,3% delas dizem ter se deparado com reações negativas do profissional como, por exemplo, a ocorrência de algo desagradável e até mesmo lesbofobia por parte dxs mesmxs [3].

Entre as lésbicas que não afirmaram a sua lesbianidade, algumas delas saíram do consultório com indicações de camisinha masculina e outros métodos contraceptivos, assim como, se depararam com afirmações hipotéticas de gravidez e com indicações de teste pelx médicx, sendo que, estes dados, trazidos na pesquisa, estão relacionados a mulheres que são cisgêneras e que mantém relações sexuais com outras mulheres que também o são [3]. Neste sentido, é importante frisar que, neste ambiente, se não houve uma discussão com relação a lesbianidade delas, também não houve a discussão sobre a possibilidade delas estarem se relacionando com outras mulheres que são trans*, muito menos uma discussão sobre quais são as práticas sexuais destas relações, afinal, são diversas as formas de se fazer sexo com suas parceiras e cada uma delas tem a sua especificidade como, por exemplo, quais os métodos ou barreiras podem ser utilizadas afim de que se mantenham práticas de sexo seguro entre mulheres. Não haver estas discussões e estas mulheres saírem dos consultórios ginecológicos com indicações feitas desta forma é extremamente preocupante, pois x profissional parte de um pressuposto de que estas mulheres são heterossexuais, e esta heterossexualidade parte da ideia de estar se tratando, naquele momento, de uma mulher cisgênera que se relaciona sexualmente com homens que também são cisgêneros e que tem práticas sexuais que parecem ser predefinidas pelx ginecologista. É a partir dessa lógica heteronormativa e absurda que são encaminhadas muitas medidas equivocadas para as suas pacientes.
Após avaliação desses dados eu pude retornar para a situação de mulher negra na saúde pública, as mulheres negras recebem um menor tempo de atendimento médico [2], nesse caso, não estamos fazendo um recorte quanto a sexualidade destas mulheres. Se considerarmos o fator sexualidade, como fica a situação da mulher negra e lésbica no setor da ginecologia? Visto que, no estudo também abordado no DSML, dentre as mulheres que afirmaram sua sexualidade durante a consulta 28% delas disseram que xs médixs começaram a adiantar o atendimento, tornando o tempo de consulta mais rápido, além disso, em 17% dos procedimentos, xs profissionais não solicitaram os exames vistos pelas entrevistadas como importantes [3].
A partir destas reflexões, não pude não lembrar de um relato revoltante de uma companheira negra e lésbica durante um atendimento ginecológico, ela nos contou do descaso com que foi tratada dentro do consultório, de como a consulta foi extremamente rápida com pouquíssimos dos questionamentos considerados importantes dentro dos procedimentos. Apenas uma pergunta lhe foi feita que foi qual a quantidade de filhos que ela já teve (?). Foi algo tão surreal e tão visível a discriminação dentro daquele espaço que deixou uma marca profundamente negativa por toda sua vida.
Esta é uma das maneiras que o racismo e a lesbofobia tem marcado presença no consultório ginecológico, através de uma invisibilidade sem tamanho da lesbianidade da mulher negra, visto que o médico se quer perguntou se ela “tinha filhos”, ele logo perguntou “quantos filhos ela tinha”, e não estou dizendo que mulheres lésbicas não podem ser mães, claro que podem! Mas isso é algo que não se encaixa no contexto de como tudo aconteceu.
Ele sequer perguntou se ela era heterossexual, bissexual ou lésbica, ele supôs a sua sexualidade. Ele não levou em consideração a possibilidade dela ser uma mãe lésbica ou a possibilidade dela ser uma mulher negra que não é mãe. Evidenciou-se, naquele momento, todo estereótipo racista relacionado à sexualidade e maternidade da mulher negra. Negou-se a sua lesbianidade. Prevaleceu a discriminação. Ela nunca mais voltou lá!
O preconceito e o despreparo dxs profissionais da ginecologia são uns dos grandes fatores que tem levado as mulheres lésbicas a estarem compondo um elevado índice de evasão e negação da sua sexualidade nas consultas ginecológicas, números que se agravam quando estamos falando das lésbicas mais pobres e de maioria negra. Muitas percebem que suas especificidades não recebem a atenção necessária e que são até desconsideradas já que, muitas vezes, mesmo quando x medicx está ciente da sexualidade da paciente, ainda assim elx dá continuidade a consulta por um viés completamente heteronormativo desconsiderando as suas necessidades. As conseqüências disto podem ser fatais, visto que muitas destas mulheres deixam de ir ao consultório ginecológico com receio de passar por novos constrangimentos estando assim, correndo maiores riscos e estando mais propensas a desenvolver algumas doenças que poderiam ser evitadas mediante ações preventivas.
Diante deste cenário preocupante, mulheres lésbicas de diversas organizações em todo o país tem se reunido para discutir e buscar soluções para os problemas relacionados a lesbofobia institucionalizada no SUS. A Política Nacional de Saúde Integral LGBT, instituída através da Portaria nº 2.836, de 1º de dezembro de 2011, veio afim de promover a saúde integral da população LGBT e eliminação de preconceito e discriminação institucional, assim como redução das desigualdades e a consolidação do SUS como sistema universal  integral e equitativo [4]. Porém, muito ainda precisa ser feito, pois mulheres lésbicas, infelizmente, ainda vivenciam lesbofobia no SUS, e as negras, a lesbofobia atrelada ao racismo, desta forma, espaços que fomentem a discussão desse tema ainda se fazem muitíssimos importantes e urgentes.




Imagem destacada:  Zanele Muholi
REFERÊNCIAS

[1] Campanha de Enfrentamento ao Racismo no SUS. Filme oficial 2014 <https://www.youtube.com/watch?v=DuzA6dLPnmE>

FanPage Oficial do Ministério da Saúde Contra o Racismo no SUS < https://www.facebook.com/SUSnasRedes>

[2] Blog da Saúde – Ministério da Saúde:  <http://www.blog.saude.gov.br/index.php/34777-campanha-mobiliza-a-populacao-contra-o-racismo-no-sus>

[3] Rede Feminista de Saúde. Saúde das Mulheres Lésbicas: Promoção da Eqüidade e da Integralidade. Belo Horizonte 2006.
[4] http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf

XV Roda de Leitura do Lesbibahia

Texto: *Lésbicas negras e a discriminação na ginecologia – Sheu Nascimento

Foto: Zanele Muholi


Debatedora: Sheu Nascimento –LGBT Sol/ Jequié
Local: Centro LGBT (Rua Almirante Barroso, nº 8-A, Rio Vermelho)
Data: 21/03/2015 (sábado)
Horário: às 14:00


Participe e leve mais uma pessoa!!!!!!!!!!!
*Texto disponível aqui no blog!

quinta-feira, 5 de março de 2015

Supremo Tribunal de Justiça reconhece pensão a casais homossexuais após separação


O STJ deu um passo à frente ao reafirmar a viabilidade jurídica da união estável homoafetiva, com o entendimento de que o parceiro em dificuldade de subsistência pode pedir pensão alimentícia após o rompimento da união estável. 

A decisão unanime é em função do pedido de um homem, que após o rompimento de uma relação de 15 anos, passa por dificuldades no tratamento de uma doença. O pedido havia sido negado por instâncias inferiores e após a decisão afirmativa abre precedentes para situações semelhantes nos tribunais do país. 

Vitória para os Direitos Humanos!

Fonte: Direitos Humanos Brasil 
https://www.facebook.com/direitoshumanosbrasil/photos/a.166798690068176.42983.165500080198037/806395509441821/?type=1&theater

Dança machista! Casal de lésbicas agredidas por segurança no ACBEU vencem audiência!

Vinte e cinco mil, novecentos e noventa e seis reais é o valor da indenização que deverá ser paga às duas jovens que foram agredidas fisicamente, em 2013, por um segurança do curso de idiomas Acbeu, na Vitória. A quantia será dividida entre elas.
A decisão foi proferida na quarta-feira, 4, em audiência no Fórum das Turmas Recursais, no  Imbuí, atendendo à solicitação de indenização por danos morais.
A agressão aconteceu durante uma exposição na galeria do curso. A atriz Roberta Nascimento, 28, e a artista visual Talitha Andrade, 31 - que são namoradas -, teriam sido impedidas pelo segurança de entrar no sanitário feminino.
Talitha Andrade
A justificativa dele seria o fim do evento. Contudo, as jovens alegaram que outras mulheres haviam sido liberadas para usar o banheiro. Elas discutiram com o agressor e Roberta teve o rosto desfigurado por conta de um soco desferido por ele.
Durante a sessão, a atriz ficou emocionada ao relembrar o episódio. "Parece que vivi tudo novamente, mas estou aliviada. A justiça foi feita", desabafou.
Ela e a namorada saíram aplaudidas da sala. "Estava desanimada por conta da primeira sentença. O resultado de hoje (quarta-feira) me surpreendeu", disse Talitha.
Os desembargadores da 3ª turma recursal chegaram a ponderar que a agressão havia ocorrido por preconceito. Porém não constava nos autos nenhuma prova de que o caso tenha sido motivado por homofobia.
A advogada das jovens, Alessandra Sena, afirmou que, embora a questão da homofobia não tenha sido provada, o objetivo de reconhecer os danos morais sofridos por Roberta e Talitha foi alcançado.
A reportagem de A TARDE entrou em contato com a Acbeu, mas foi informada de que a assessoria de comunicação desconhecia o desfecho do caso. Um funcionário da instituição sugeriu que a reportagem volte a tentar novo contato hoje para obter um possível posicionamento.
Incentivo
"Foi uma vitória para o nosso grupo. A justiça tarda mas não falha", comemorou Sandra Muñoz,  diretora de saúde do Movimento de Lésbicas e Mulheres Bissexuais da Bahia.
Ela acompanhou o caso e torce para que a história de Roberta e Talitha sirva de exemplo para outras mulheres. "O ganho desta causa vai incentivar outras pessoas que já passaram por situações semelhantes e não acreditam que terão seus direitos garantidos".
Sandra disse, ainda, que a sentença decretada foi justa e que o olhar dos desembargadores (que votaram com unanimidade) sobre o caso - por  abordar a questão do preconceito contra relações homoafetivas - pode significar um pequeno avanço na sociedade.
Fonte: http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/1664595-casal-gay-e-indenizado-por-ter-sido-agredido