segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Pelos Pelos



Confiram o vídeo Pelos Pelos uma intervenção artística realizada pelo Tete a teta, uma dupla composta por Mariana Brites e Alexandra Martins




A ousada performance faz-nos refletir sobre diversas nuances da corporeidade, fetichismo, ideal de arte, sexualidade, repressão.
Um dos primeiros aspectos é a curiosidade, o olhar do outro sob o corpo de duas mulheres gordas que estão recebendo cabelo na buceta, sendo entreligadas pelos pelos na xana. A cena que atrai tantos espectadores quanto a Monalisa no Louvre abarca todas as ideias da pós-modernidade: descentramento, estranhamento e videos postados em tempo real no you tube, afinal a beleza do momento passa a ser substituída por câmeras. Enfim, tempos líquidos. O fetichismo é endossado por toda mobilização nos espaços que a arte andante passava.
Os momentos nudez representam uma quebra dos tabus que permeiam os corpos e sexualidades de mulheres. Corpo e sexualidade historicamente vigiados e controlados como uma primeira de forma de domínio masculino.
A cena do segurança no shopping denota os dispositivos de controle do Estado já analisados por Foucault. Ou, o que dizer sobre a moral kantiana entranhada na sociedade?
Percebe-se também, que a instituição "arte" está tão velha quanto o cânone literário. Mas outro olhar para essa mesma moeda, é que psicodélicas/os sensíveis tem perfurado esse centro e criando mais espaços para o fazer artístico inovadore que mexe com outros sentidos.

Raphaella Oliveira- Integrante do Coletivo Lesbibahia

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